domingo, outubro 07, 2007

Obrigado por falar – Um elogio à retórica amoral

Ora ora prosos meus, mais um olá empolgado destino aos poucos de vocês, descarrego frustrações de dias pouco povoados de proseares idealistas, ideológicos, enfim, amorais...

Ok! Ok! Eu explico, já sei que estariam gritando no meu ouvido caso pudessem – ultimamente surdo devido à ausência de palavras p’ra ele dirigidas – ideologia amoral é contraditório Léo! Não, não é proso(a) querida(o)... Tenho vislumbrado nos últimos dias, ou nem tão recentemente assim como muitos de vocês sabem, a mais amoral das ideologias! Aquela que preza o intenso discutir e a eterna retórica consigo mesmo, mas chega de falar de mim, sinto-me o mais egocêntrico dos homens com isso...

Então, recorri a uma filmografia bem lobista ultimamente: “Obrigado por fumar”, o autor foi escritor de discursos para George Bush (o pai), acredito que tenha se auto-inspirado para o personagem principal - meu herói – que resumindo é um lobista da indústria do cigarro, um deus da retórica e tem como mote que está sempre certo, não como um ato de arrogância acadêmica, mas de auto-confiança dialética.

Bom, aonde eu quero chegar com esse bla bla bla sem rumo, sem fim? Quero mais uma vez discursar sobre a liberdade, óbvio não? O personagem é um expoente do relativismo dialético, da capacidade de convencer qualquer um de qualquer coisa e de provar cientificamente isso, desde que com os investidores certos em apoio, claro. Com dinheiro e cientistas amorais você demonstra que homossexualismo é doença, que negros são mais burros e que o cigarro faz bem, é muito simples, só é necessário prosear subentendendo premissas, escolher “casualmente” uma “amostra apropriada” e pronto. Isso mostra o que? Bom... Mais uma vez mostra que a liberdade existe e que ela não existe...

Quem pode se dizer livre do convencimento por uma retórica elaborada ou um argumento de autoridade? Eu por exemplo: apesar de toda essa parafernália de livre pensador (auto-intitulado pelas maiores faculdades, mentais, como tal) se um geneticista que demonstrou uma tese sobre evolução na Nature disser que o homem evoluiu da lagartixa e usar uma retórica péssima, mas recheada de termos complicados que eu na minha incompetência biomédica certamente desconhecerei, é bem provável que eu acredite e que no dia seguinte tenha um monte de gente caindo do 13º andar por achar que podia andar na parede...

Do outro lado temos Marvin (nt. de rodapé), o sujeito capaz de tal convencimento e manipulação. Ele é deus, capaz de acreditar no que quiser desde que isso satisfaça seus desejos pessoais – ou o de seus contratantes, atuando como um mercenário de ideologias – figura genial capaz de convencer, e justificar seus atos, pra si e para todos aqueles sem uma crença radical – cuidado! Um desses pode ser um homem-bomba – ou sem uma capacidade retórica de igual ou mais alto nível.

Mais uma vez um fato demonstra a liberdade e gera sua limitação. Somos capazes de evitar o peso sobre a nossa liberdade exercido pelo excesso de liberdade alheia? É evidente que quanto mais livre um indivíduo é em suas concepções amorais, instantâneas e convenientes, mais peso ele exerce sobre a liberdade do outro incapaz de lutar contra sua retórica. Somos capazes de total liberdade, ou a capacidade de livre pensar e a retórica alheia estarão sempre um passo à frente da nossa (ou vice-versa) retirando um pedaço por menor que seja da nossa liberdade? Seria uma definição decente de liberdade o poder retórico/argumentativo, mesmo ela não permitindo liberdade a todos? Quiçá ela permita liberdade total a alguém! “Da vincis” não existem mais como dizem... (Ou dizer isso é um ato de falta de liberdade?)

Mais uma vez amigos prosos: proseei, proseei, prosei, pra morrer novamente na praia da dúvida... Existe liberdade?

Nota de rodapé: Marvin, o marciano. Deseja dominar o mundo e encontra a resistência feroz da dialética apurada do Pernalonga.

Leonardo... Ora

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terça-feira, setembro 25, 2007

A Contra-“contra-cultura” ou digestão da liberdade

Prezados prosos,

Faz tempo que não proseio convosco, inda mais prosa proseada da forma que proseei ao pivete ou ao amigo...

Então, após tanto tempo retomei os estudos, numa modalidade vestibulAriana (sabe como é esse tal vestibular que seleciona elites e membros da raça superior...) E aquela parafernália toda, frigidamente bélica, do século passado me chamou atenção prum detalhe, é nitidamente hilária a supremacia capitalista, podem vir os comunistas, anarquistas, liberais, porcos... Digo, punks... E o capitalismo irá, por fim, vencer. Surjam quantos movimentos quiserem, em prol disso ou daquilo, e ele irá vencer contra-culturas, sub-culturas o que for.

Pensem no seguinte, qual dos movimentos acima não se converteu em marca ridícula pra consumo de boçais, indignos de prosa com seus idealizadores? Hippies, símbolos de ideais feministas, libertários, anti-racismo, pacifistas, viraram consumo em lojas esotéricas e antes da derrota americana na guerra do Vietnã se tornaram arquétipos ridicularizados, apáticos esquisotéricos esperando pela chegada dos et’s; os novos adentrando no movimento simplesmente viam uma escapatória a mão paterna opressora, da mesma forma que quase qualquer adolescente vê. Os góticos da década de oitenta, seu ar blasé, poético e de ritmo marcado, ganhou o nome de metal e o fanatismo das adolescentezinhas, que através de uma trilha de novela global encontraram um meio de dizerem “NaUm mI roTulEin, Xou difErenXi, naXii aXiM e eZixu ReXpeitU”. Exatamente como todos os outros. Por fim, os clubbers dentro de seu iedalismo PLUR (Peace Love Union Respect) viram seu trance virar o psy-trance, sair dos clubs e entrar nos auto-falantes dos carros caros de seres com 120kg de músculo e 12g de cérebro.

Depois disso algum proso me vem dizer que a ditadura reprimiu os movimentos culturais, a união soviética reprimiu a arte moderna, o comunismo reprimiu a religião, quando, na verdade esses movimentos ficavam cada vez mais fortes, com mais mártires e símbolos. Não é a liberdade - e a possibilidade de fazer uma nova grife, ou banda, entrar no auge - que realmente conseguiu reprimir os movimentos culturais?

Que freqüentador, dito de raiz (palavra aclamada por muitas árvores, que exigem respeito e consciência ao usarem seu jargão) não se vê agredido, mutilado em sua liberdade de cultuar um movimento, já crescido, quando os adolescentes empolgadinhos por novas possibilidades de consumo e de diferenciação cultural passam a fazê-lo? É meus prezados prosos, a liberdade mais uma vez irônica, mais uma vez incerta e mais uma vez motivo de dúvida, podemos acrescentar mais um verbete em seu vocábulo: Autofágica.


Leonardo Ferreira Guimarães

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sábado, abril 14, 2007

Sozinho

Pois é caros prosos...

Agora de frente ao monitor - a despeito da ultima escadaria, coitada - o garoto lamenta-se ao ver que nem mais tão perto parece seu caminho de volta à dignidade, seus pasos sumiram e a informação de tudo se tratar de uma ilusão aparecera, sabendo-se lá ser ou não verdade esse dado, copiosamente esse garoto chora, seus planos e sonhos parecem ainda muito perto, mas um perto que não se alcança, tal qual a corda do onibus parecia em seus idos 10 anos.

Como aquele fogo que arde sem se ver; como aquela ferida que dói e não se sente; ou aquele contentamento descontente; essa dor desatina sem doer, o MEDO, de um futuro não presente, daquela voz que mente (promessas de felicidade ou amor) ou de uma verdade que sequer se sente; tudo de bom deveras longe... esse garoto inda sonha, imagina, pretensamente poemiza...

De seus dois ÚNICOS (meros dois) românticos ensejos
- desejos - o mais novo some, esvai-se no ar, sobra uma única alternativa, um único sonho, expectativa de vida... de amar. Ele atesta: sem assim estar, não vale viver... Seu ultimo inspirar, uma tal, pela qual nutre o mais intenso admirar, foge ao seu toque, e até mesmo a sua voz, que há tempos voltara a alcançar encontra-se no limiar...

Até seu viver - subsistência auto-garantida - ameaça invertida, seus sonhos; desejos - suaves ensejos - ameaçam sim! Do centésimo andar... um tenebroso fim...



Leonardo... Ora (por quanto tempo?)



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domingo, março 18, 2007

Estrada da perdição

O garoto triste na escadaria de um prédio velho, luzes acesas, cigarro em punho, um copo de cinzeiro e muitas mágoas e pensamentos; circulando como gralhas mórbidas a procura da carniça da esperança moribunda...

Expectativas, esperanças, metas, tudo se funde no vazio dos estômagos dessas gralhas, enquanto a fumaça desenha nuvens de morte no ar a única coisa inda viva é a lembrança da paisagem dessa estrada sem rumo. Destruindo toda a importância de seu ser o garoto se mata aos poucos, mas não por conta do cigarro ou das bebidas, por conta de suas esperanças, essas que agora são meros suspiros de dor ao fim de um dia de caminhada só.

De tudo aquilo que o garoto considera importante, é seu ser, seu ego, seus sonhos e metas que ele mata, ao fim dessa estrada seu corpo pode ainda viver décadas, mas sua alma jaz sozinha...

Por uma cegueira ele não pode se desculpar, durante todo o caminho soube ser esta a estrada da dor, desespero e solidão, soube desde os decrépitos primeiros tenros passos que era a si mesmo que decretava sentença perpetua numa cela solitária, o garotinho se escondeu, correu e fugiu tentando não saber o que lhe era óbvio, atrás de falsos amores por detrás da cortina de uma simples ação libidinosa ele fingiu pra si mesmo não querer amar, por detrás da cortina de um copo um cigarro ou uma nota ele fingiu não ver o real, marionete de seu próprio eu...

Agora depois de muito se consumir ele olha p’ra seus passos anteriores e os vê manchados de vômitos e noites mal dormidas, se perguntando se é real a sua impressão de que a estrada anterior a de suas metas está realmente tão próxima de si quanto parece. Ele conta mil passos, vê manchas em cem deles, mas o caminho pode ser tomado de volta com um único, é isso real –o garoto se pergunta – seria essa uma realidade tão menos desesperadora do que ela parece? Tanto tempo perdido, será que pode tudo ser recuperado tão rápido assim? Com um mero ato de sua vontade expressiva, com um mero ato de afirmação auto-consciente de seu ego, um confesso ególatra que se perdeu em desvios animalescos pode tão rapidamente voltar a ser deus?


Leonardo Ferreira Guimarães



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domingo, abril 16, 2006

“Dá até vontade de arrancar seu pescoço” Parte I

Cá estou novamente, prosos queridos, nossa história de amor já pode continuar... Gostaria de contar-lhes (e como de costume filosofar um pouquinho) mais um causo de meu cotidiano fatigado no qual tem uma pedra em minha retina, em minha retina tem uma pedra. Almoçando muito na rua? Gastando muito dinheiro com pedintes mirins cada vez mais capacitados na arte da coação? Pois é, seu amoroso interlocutor, por vezes mais que suficientes, o fez; e, certo dia esgotou-se disso. Como mentiroso que sou pergunto-lhes novamente: sois livres? (n. de rodapé)

À espreita está Uóchinton da Silva, como todos os dias ele se esgueira pelas filas dos caros restaurantes de uma Cidade Universitária qualquer, repleta de membros piedosos da elite. Apresenta-se sua primeira vítima; no começo do horário de almoço naquele estratégico restaurante de saladas repleto de naturebas altruístas, ele se aproxima, pede seu prato, saca sua carteira, retira seu dinheiro; pronto! Uóchinton encontra ai o momento perfeito, com sua caixinha de engraxate se aproxima e diz, com olhos esbugalhados e a mão a esfregar sua barriguinha de vermes: - Dá um dinheiro ai preu cumê! – Então o “tio” devidamente “puto” com essa atitude que o assola todos os dias responde num ato seco de revolta, misto com seu cansaço habitual após horas de estudo: - NÃO! – O garoto, então espantado com a atitude livre de costumes impostos de piedade, recua; projeta um olhar venenoso, maligno, repleto de revolta, contra o “tio” que não está cumprindo com sua obrigação civil de ajudar a quem quer que peça ou pareça necessitar, então diz, com todo seu estoque existente de raiva (e possivelmente fome mesmo, ou crise de abstinência de alguma droga, quem sabe?): - Pô ai, dá até vontade de arrancar seu pescoço – E vira-se num ar caustico e num furor de um futuro assassino, dando as costas e pisando fundo em direção a próxima vitima. Quiçá essa se renda aos coercitivos fatos sociais da piedade...

E agora, o que pensam sobre a liberdade? Além do claustro dos fatos sociais de etiqueta - analisados durante um almoço que não ocorreu - nos encontramos com expressões claras de fatos sociais sob o cunho moral da obrigação e da penalidade. Imaginem esse “de menor”, “de maior” com porte de armas (conferido pelo traficante de seu morro de costume), e a mesma raiva e sentimento de obrigação civil, engrandecidas agora por mais uns dez anos. Seria a partir de então o juiz, advogado, promotor, júri e executor da sentença contra um crime que atenta contra seu próprio código civil.

Mas faço mais uma pergunta: quem propôs as leis deste código? Recuso-me a acreditar que tal garoto fosse sozinho capaz de arquitetar tamanha obra. Durante anos, ou mesmo décadas, talvez desde muito mais tempo, nos acostumamos com a rotina ideológica de ver, com retinas empedradas, a existência de oprimidos e opressores; aos oprimidos movemos piedade e aos opressores revolta. Essa é a composição antiga de um código civil de piedade que se impõe à nossa existência, essa lei cristã de piedade nos faz acreditar na existência um opressor (chamado por vezes de governo) e toda uma classe de oprimidos. E nós bem aventurados (uma terceira classe), somos responsáveis pelo bem estar dos oprimidos e por reclamar do governo, quero dizer... do opressor.

Ou seja, existem três classes de indivíduos, que impostas ao nascer de cada um o faz ser sujeito de revolta e condolência; de auto-piedade e objeto de piedade alheia; ou, de opressão e massacre. Até chegar o lobo mau e este dar todo o sentido à fabula da realidade... é claro!

Caso vocês, amados prosos, estejam ainda interessados na fabula nossa de cada semana, esperem então mais uma, onde videarão a plenos olhos o desenrolar desta estorinha.

(n. de rodapé): Estou me referindo ao texto anterior (Almoço Negado) no qual disse que seria a ultima vez que perguntaria sobre a liberdade.



Leonardo Ferreira Guimarães


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segunda-feira, abril 03, 2006

Almoço negado

Olá meus caros prosos, é bom vê-los novamente! Almoçando muito com a família? E com os amigos, ou melhor, com a família deles? Qual é a atitude padrão de vocês nessas situações, já refletiram sobre isso alguma vez? Já pararam p´ra pensar o que fazem, quando de súbito se vêem em uma situação, de saia justa, em que são convidados à um almoço, no qual o prato que será servido creiam não suportar comer, ou mesmo, quando estão sendo veementemente convidados a uma situação em que sabidamente todos ficarão constrangidos ou desconfortáveis pela sua presença?


No meu ingênuo comentário anterior proseei sobre liberdade, mas, há liberdade? Se num simples convite se vêem sem saber o que fazer de forma que fiquem todos contentes. Na verdade, no âmago, sabem muito bem que as pessoas que estão ali são suas amigas, gostam de sua presença, e, que de forma alguma haveria algum incômodo, ou mesmo, tudo se resolveria no mais simples caminhar. Contudo, convenções sobre aquilo que deve-se: dizer, fazer, ou pensar, confundem e aprisionam nas celas invisíveis do convívio social. Novamente, há uma real liberdade?

Disse uma vez um sábio: fatos sociais são estruturas externas ao indivíduo, e agem sobre ele de forma coercitiva, criando uma inércia que impede ou atrapalha todos os movimentos que possam ir contra eles (*Nota de rodapé). Estamos aqui tendo um exemplo que demonstra (pelo menos no caso de pessoas um pouco tímidas, como vosso amado e querido interlocutor) como essas estruturas, sabiamente nomeadas fatos sociais, podem ser coercitivas a uma atitude individualizada, e, quando vemos – ou melhor, não vemos - estamos agindo de forma inteiramente coagida por essas estruturas invisíveis.

Sois livres então, prosos queridos? Tendes vosso poder de voto, de crença, de opinião; será? Numa fila de banco se prontificam a debater: a velhinha católica, a senhora evangélica, um anarquista ateu e um funcionário público. O anarquista, em sua óbvia liberdade de pensamento e expressão, contesta a todos, como fariam quaisquer outros anarquistas com quem o mesmo dialoga, seja pessoalmente em seu grupo subversivo de amigos, seja através de livros livres (!) e subversivos. Mas analiseis bem, não é, em geral, o dialogo deste típico individuo, muito bem delimitado e doutrinado? Não sabe ele exatamente o que dizer em resposta a cada colocação moralmente enclausurada dos outros tipos?

Vosso amado proso quer ir um pouco mais fundo. De fato, provavelmente há nesse ser algo interno e individual que o torna destoante de seus próximos, mas isso o torna livre dos claustros invisíveis do fato social? Não é a partir disso que se constrói sua cultura; suas bagagens intelectuais; que seus pais respondem de forma diferenciada em sua criação, que seus professores o repreendem ou aprovam por sua “liberdade individual”? (De acordo com seus próprios claustros invisíveis) Não é partir deste momento que se definem os fatos sociais pertinentes à “aura” deste indivíduo, sua moral (por mais que ele prontamente faça uma cara de nojo ao ouvir este nome), seus costumes, seus formulários de resposta a cada atitude externa? Em outras palavras, ele já tem, deste momento em diante, sua forma própria de responder mecanicamente ao convite do almoço? Já seria tomado como surpreendido ao ser indagado porque ele não tomara outra atitude, talvez mais simples? Já se encontra em claustro?

Pela ultima vez, existe liberdade?

Por fim, gostaria de pedir a meus prezados prosos desculpas pela minha ingenuidade e talvez pedantismo ao fazer afirmações indagadoras de tal nível. E faço esse adendo pelo mesmo motivo do almoço negado... Aff

Nota de rodapé: Èmile Durkheim: Regras do método sociológico. A citação não está entre parênteses pois fora resumida e modificada, mantendo-se o sentido original


Leonardo Ferreira Guimarães

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segunda-feira, março 27, 2006

Arte Libertária

Palavras cognatas, sinônimos indistinguíveis. Ou seriam conseqüências cabíveis? Arte liberta; ou arte é liberta? Quiçá libertina; liberal; liberável? Seria libertável?

Nada disso caros colegas prosos, arte é palavra e tal como o TAO que se diz que o TAO que é dito Tao não pode ser o verdadeiro TAO, tal qual ARTE, que dita arte, jamais será verdadeira ARTE. Oh cruel usurpadora da verdade. Poderia liberdade ser presa em um desenho de 10 grifos; em palavra de tão simples cantar; de tão simples é dito falar? Ofensa; blasfêmia, dar palavra àquilo que é mais que um som, dar sentido ao que não tem direção.

Ora ora meus prosos queridos! Não é que em retórica dispersa caímos; donde agora explicaremos arte libertária? – poderia aqui tão somente repetir aquele famigerado discurso que nos atrasaria em nossos prosares, explicando o explicar que como explica, classifica e delimita, guardando o oceano com grades, mas chega desse exercício oligofrênico do discurso intelectual - Não mais temos palavras! Pensem então em sentidos; pensem então em semânticas, pensem então em acima de tudo: sensações; SINTAM o TAO quando ouvir Tao, velhos chineses fazem; porque nós ocidentais de cafeinado logicar não iremos alcançar? Quando disserem liberdade, pensem LIBERDADE... - mas não a “Liberdade!” do coração valente de Mel Gibson – SINTAM com o coração latente a LIBERDADE... do “Velho Chico”, em seus anos já passados de correr desmedido, fluir insentido. Lembrem-se caros prosos meus, liberdade não é exclamação, é reticência sem ser reticente.

Mas temam, temam muito meus amigos, o desviar de vossos cursos, como o devia temer nosso “Velho Chico” coitado, exemplo de liberdade cerceado por anseios governamentais estranhos ao seu desejo de correr pelos veios da livre vontade. Temam o dia em que tentarão transformar sua reticência em ponto final, sua arte em um mero jornal.


Leonardo Ferreira Guimarães



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